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Floresta Amazônica - Samaúma a rainha da floresta





Fotografia de Araquém Alcântara

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"Se houver clareza na alma,
haverá beleza na pessoa.
Se houver beleza na pessoa,
haverá harmonia na casa.
Se houver harmonia na casa,
haverá ordem na nação.
Se houver ordem na nação,
haverá paz no mundo."

Provérbio Chinês

Samaúma - a rainha da floresta            

. Pertence às famílias bombacáceas. (Ceiba Pentandra Gaertn).

Samaúma ou Sumaúma (Ceiba pentranda) é uma árvore encontrada na Amazônia. É considerada sagrada para ao antigos povos “maia” e os que habitam as florestas. A palavra samaúma é usada para descrever a fibra obtida dos seus frutos. A planta é conhecida também por algodoeiro. Cresce entre 60–70 m de altura e o seu tronco é muito volumoso, até 3 m de diâmetro com contrafortes. Alguns exemplares chegam a atingir os 90 m de altura, sendo, por isso, uma das maiores árvores da flora mundial.
Essa árvore consegue retirar a água das profundezas do solo amazônico e trazer não apenas para abastecer a si mesma, mas também pra repartir com outras espécies. De crescimento relativamente rápido, pode alcançar os 40 metros de altura.
Em determinadas épocas "estrondam" irrigando toda a área em torno dela e o reino vegetal que a circunda.
A samaumeira é tipicamente amazônica, conhecida como a “árvore da vida” ou “escada do céu”. Os indígenas consideram-na “a mãe” de todas as árvores. Suas raízes são chamadas de sapobemba. Estas raízes são usadas na comunicação pela floresta, que é feita através de batidas em tais estruturas. Possui uma copa frondosa, aberta e horizontal.

Além disso, a árvore apresenta propriedades medicinais e é considerada pelos povos da floresta, uma árvore com poderes mágicos, protegendo inclusive as demais árvores e os habitantes da floresta.


flores da samaúma
Frutos


A fibra é muito leve, altamente inflamável e resistente à água. O processo de separação da fibra é manual. É usada como uma alternativa ao algodão para encher almofadas, colchões (antigamente) e para isolamentos. Na atualidade, a sumaúma foi substituída por materiais sintéticos. As sementes produzem um óleo usado para fabricar sabão e também são usadas como o fertilizante.




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Cachorro-vinagre ou cachorro-do-mato

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O Cachorro-vinagre também vive no Cerrado

OCachorro-vinagre (Speothos venaticus), também conhecido como cachorro-do-mato-vinagre ou cachorro-do-mato foi descrita pela primeira vez em 1842, a partir de fósseis encontrados em cavernas no Brasil e só depois se descobriram os animais vivos e hoje está na categoria vulnerável do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

É o único canídeo sul-americano com formação de matilhas; apresenta dieta carnívora e hábito semi-aquático. É naturalmente raro e é ameaçado pela perda de habitat.
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Seu corpo é troncudo, a cabeça é larga, as orelhas e focinho curtos, a cauda é espessa e é coberto por uma pelagem vermelho-escura. A pelagem assume uma coloração mais escura (marrom escuro ou preto) em direção a cauda e faixas claras são encontradas na parte inferior.
Eles são os menores cães silvestres do Brasil e, embora sejam canídeos, possuem o menor número de dentes da família canidae, apenas 38. Apresenta hábitos preferencialmente diurnos recolhendo-se a tocas, tocos de árvores ou buracos que eles mesmos escavam.
Alimentam-se de crustáceos, pequenos vertebrados, pacas e cotias mas podem caçar presas maiores, como capivaras ou emas, graças ao padrão de caça cooperativa.
Comprido e baixinho – tem entre 60 e 80 centímetros de comprimento e 25 a 30 centímetros de altura –, o cachorro-vinagre pesa de cinco a oito quilos. Possuem unhas fortes que usam para escavar buracos, assim abrem túneis no chão que usam para se abrigar. É um animal semiaquático, seus dedos estão ligados por membranas interdigitais que o permitem nadar e mergulhar com facilidade.
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O Cachorro-vinagre é classificado como vulnerável pelo Ibama como quase ameaçado. Ocorre principalmente em matas-galeria e florestas ripárias, mas também pode ser encontrado no Cerrado e em outros ambientes abertos.
Estima-se que haja 15 000 indivíduos adultos dessa espécie, com um declínio esperado de aproximadamente 10% entre 2008 e 2018, devido principalmente à perda de habitat (IUCN 2008)

Ameaçados de extinção desde 2003 é encontrado atualmente na Amazônia e Pantanal e Cerrado.
O período reprodutivo da espécie não parece apresentar sazonalidade, sendo a gestação de 67 dias, após a qual nascem em média 3,8 filhotes.
As fêmeas entram no cio duas vezes ao ano mas o acasalamento pode não ser periódico, dependendo da situação social. O cio dura em média 4 dias.
Os filhotes nascem em cavernas cavadas pelos próprios pais ou por tatus. Ao nascer, os filhotes pesam de 130 a 190 g e sua pelagem apresenta uma coloração preto-acinzentada. Os machos ajudam na criação dos filhotes levando comida até a caverna.

 Filhotes de Cachorro - vinagre - Reprodução em cativeiro tenta salvar animal ameaçado de extinção. 

Descoberta recente de uma matilha de  Cachorro-Vinagre no Estado de Goiás


No vídeo, um encontro raro com quatro indivíduos em pleno Cerrado goiano nesta segunda-feira 26/10/2015 no Parque Nacional das Emas - GO unidade de 132 mil hectares localizada bem na divisa entre Goiás e Mato Grosso do Sul, registrado pelo biólogo Marcus Buononato.

Obrigada Marcus Buononato.

É uma espécie altamente social, até mesmo com caçada grupal, com um rico repertório de vocalizações, vivendo em grupos familiares de até 10 indivíduos.
A estrutura social dos grupos é fortemente hierarquizada, tal como nos lobos-cinzentos e os membros do grupo comunicam entre si através de latidos, o grupo é formado por vários casais monogâmicos e pelas crias do casal dominante.
Estimativas preliminares de radiotelemetria sugerem que a área de vida de uma matilha seja de pelo menos 100 km².

O cachorro-vinagre nunca foi caçado por interesse econômico e é sabido que algumas tribos de nativos brasileiros conservam-nos como animais de estimação.

Demarcação de território


Uma característica curiosa é que, para demarcar o território, a fêmea do cachorro-vinagre faz um verdadeiro malabarismo: se apoia nas patas dianteiras e ergue a parte traseira do corpo, para urinar em pedras, pequenos arbustos ou troncos de árvores. Já o macho levanta uma das patas traseiras para trás e ejeta um spray de urina.

 Imagens Google

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Chuveirinho - uma flor do Cerrado

Publicado originalmente em 10/01/2009 as 12:17 - .
Não há quem visite uma região de Cerrado nativo sem ficar impressionado com a beleza de suas flores. Elas surgem em todos os lugares, na vegetação rasteira, nas plantas herbáceas, nos arbustos e nas árvores. Umas encantam pela delicadeza, outras pela exuberância. Mas todas recebem o olhar admirado de quem as vê.

Quem vê um (Paepalanthus) chuveirinho quer colher e levar para casa. É uma espécie nativa do Cerrado de um sub-arbusto, inflorescência com flores secas, redondas, pequenas, de cor branca.
É uma flor que mantém suas principais características, inclusive a beleza, depois de colhidas.

Beleza insólita que nasce onde menos se espera
Devido a sua grande utilização pela população nativa para trabalhos de artesanato, a sua própria estrutura já é quase a de um bouquet de flores, floresce pronto, e como não é resultado de cultivo está quase em extinção no cerrado e sendo comercializadas como as autênticas “flores do Cerrado”.

A beleza da flor do cerrado chuveirinho, que com suas parentes movimenta parte da economia local, através da coleta para confecção de arranjos, feita com a planta seca no fim do inverno, sendo parte da produção destinada ao exterior.

Dentre as várias localidades do estado de Goiás, essas flores são encontradas principalmante na região de Pirenópolis nas proximidades da Cidade de Pedras.
Distante 51 km de Pirenópolis - Goiás, este atrativo ainda não possui nenhuma infra-estrutura turística.
Chuveirinho - uma flor do Cerrado - sempre-viva, flor do Cerrado

flor do Cerrado,Cidade de Pedras,chuveirinho,

A Cidade de Pedra é uma área de cerca de 1.400 ha com diversas formações rochosas em quartzito e arenito que formam labirintos e pedras de formatos diversos, lembrando animais e rostos. Para se visitar o lugar é imprescindível a presença de um guia experiente. Lugar de caminhada de dificuldade média a alta, cerca de 10 km, com trilhas sujas de mato, sem água e muito acidentado.

Pois que o chuveirinho é encontrado nessas imediações, porém em campo aberto.
Veja também nesse blog "Cidade de Pedras" clicando na imagem abaixo



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Planta Canela-de-Ema a Fênix do Cerrado

Planta Canela-de-Ema a Fênix do Cerrado Serra do Cipó,a Fênix do Cerrado,canela-de-ema, A canela-de-ema possui várias espécies genericamente conhecidas por esse nome e apresentando belíssimas flores de cores que vão do violeta azulado, li .
Vellozia squamata poh_familia  Velloziaceae_canela-de-ema
Nome científico (Vellozia squamata pohl)
Fam. Velloziaceae
Nome popular: Canela-de-Ema

Arbusto comum no Cerrado brasileiro, é encontrado na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.
A canela-de-ema possui várias espécies genericamente conhecidas por esse nome e apresentando belíssimas flores de cores que vão do violeta azulado, lilás e branco e são comestíveis.
Considerada a Fênix do Cerrado essa planta com flores exuberantes que sobressai nos campos oferecendo um belo espetáculo meio a secura das plantas do Cerrado.

É uma planta hermafrodita e resistente às queimadas, brota rapidamente após a ação nociva do fogo.

Considerada a Fênix do Cerrado essa planta com flores exuberantes que  sobressai nos campos do Cerrado.
Canela-de-ema – a Fênix do Cerrado, resistente as queimadas. Esse exemplar foi fotografado na Serra do Cipó-MG
Fico muito feliz quando os leitores do Caliandra do Cerrado procuram interagir como tem acontecido com frequência.
Desta feita, foi a leitora e Elaine Antonia que pesquisava a origem dessas flores e deu com meu blog.
Recebí seu e-mail e com ele a foto desse exemplar fotografado por ela em Lapinha-Santana do Riacho na Serra do Cipó um dos mais belos cenários de Minas Gerais.

A Serra do Cipó é considerada uma das maiores áreas de biodiversidade do planeta.

Saiba mais como é a reação da canela-de-Ema em situações das queimadas do Cerrado, como ela reage, como e porque  floresce tão rapidamente. Clique na imagem e saiba.

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Fotos: Fernando Tatagiba, Elaine Antonia


Serra do Cipó,a Fênix do Cerrado,canela-de-ema,


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Lagarto-Preguiça (Polychrus acutirostris)


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Lagarto Preguiça (Polychrus acutirostris), também conhecido por:
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● Papa-vento 
● Bicho-preguiça 
● Camaleão 
● lagarto-arborícola 
● Lagarto-cego
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Clique nas imagens para ampliar

Quando avistei esse lagarto andando como um tonto percorrendo um trecho no gramado, pela lentidão dos seus passos parecia ser uma caminhada demorada e que por isso seria presa fácil para seus predadores naturais. Imaginei tratar-se de uma lagartixa que havia sido ferida pela máquina de cortar grama por isso andava com dificuldades, diferente da agilidade normal dos pequenos répteis que cheguei a prever sua morte em pouco tempo e, como o jardineiro estava por ali podando a grama, perguntei se o bichinho havia sido atingido pela máquina, ele disse que se tratava do lagarto-preguiça que aquele era o modo normal de sua caminhada.
Possivelmente ele se assustou com o barulho da máquina e fugia a procura de um local mais calmo.

Veja o vídeo 
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O Lagarto Preguiça (Polychrus acutirostris) vive em todos os tipos de Cerrado onde existam áreas arbóreas, é encontrado em arbustos e no chão. Seus movimentos são muito lentos, até para capturar suas presas: grilos, gafanhotos, louva-a-deus, larvas, besouros, vespas, mas os vegetais também fazem parte de sua dieta.
Consegue mover os olhos independentemente e se arrisca a mudar de cor, embora de uma maneira um pouco acanhada; ele não domina a arte tão bem como o seu parente camaleão.
É uma espécie diurna. Sua camuflagem e imobilidade são suas defesas, passa a maior parte do tempo imóvel para não ser percebida pelos predadores. Sua longa cauda é preênsil, ou seja, é utilizada para “segurar”, e também para sustentar o animal em suas “escaladas” por árvores e arbustos, pois é uma espécie arborícola nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sul do Brasil, mas ocorre também na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. 
A reprodução é cíclica: ocorre na estação chuvosa, de Setembro a Março. Cada fêmea põem de 7 até 31 ovos, sendo a média em torno de 18 ovos. A incubação dos ovos dura cerca de 4 meses. Os filhotes nascem com aproximadamente 40 milímetros de comprimento rostro-anal e atingem a maturidade sexual no seu primeiro ano de vida. 

Fotos e vídeo: Elma Carneiro

Nascentes do rio Araguaia e as voçorocas


Quanto mais árvores, mais água


Continuação da postagem Rio Araguaia um dos maiores rios do Brasil que foi desmembrada para encurtar a página e atualizar as medidas tomadas com os resultados da ação da Agencia Ambiental de Goiás para a contenção da voçoroca Chitolina.

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Araguaia River - Goiás - Brasil - foto: Margi Moss

Este rio passa pelo sertão
como um bicho por uma estrada (...).
O rio alaga seu mistério, o rio ronca.
Este rio carrega o remorso dos afluentes,
segue o dorso das estradas, o rio.
Araguaia, eu sou teu pranto.

Do poeta goiano Gabriel Nascente

A beleza do Araguaia tem fortes clarões de tristeza. Em alguns trechos ele está ficando mais largo e com baixa profundidade, mostrando o que o homem é capaz de fazer sem pensar no futuro das gerações.
Conhecida pelos pastos e lavouras a perder de vista, a região de onde verte a água que alimenta o Araguaia, um dos principais afluentes do Rio Tocantins, sofreu um desmatamento implacável nos últimos 40 anos.


Clique nas imagens para abrir em efeito ligthbox

Restos de floresta desmatada são queimados perto de plantações de soja em Mato Grosso.
 O rio Araguaia está em em alerta devido ao processo de desertificação que atinge suas nascentes. Pesquisa realizada pela geógrafa Rosane Amaral Alves da Silva, da Universidade Federal de Goiás (UFG), indica o avanço dos areais nas nascentes da região Sul da Alta Bacia do Araguaia, entre Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a partir da década de 80, quando se intensifica o uso do solo para pastoreiro e plantações de soja.


A região das nascentes do rio Araguaia na Serra dos Caiapós em Mineiros-Go poderá ficar comprometida pela devastação da vegetação natural que está dando lugar a agropecuária . No lugar de minas e olhos d'água o que existe hoje são 17 voçorocas - imensas erosões com até 800 metros de extensão, 35 de largura e 15 de profundidade. O quadro é consequência do desmatamento desenfreado, inclusive de matas ciliares, e da não-conservação do solo, o que expressa um típico comportamento de agricultores sulistas: a soma de ganância e ignorância.

Erosões nas nascentes do Araguaia

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.A ►voçoroca, boçoroca ou ravina é um fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em solos, onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas. Pobre, seco, e quimicamente morto, nada fecunda.

O “estrondo” de uma voçoroca produz um som ensurdecedor, semelhante ao de uma avalanche. Do ponto de vista geológico, há várias regiões brasileiras onde o solo está em franco processo de formação.

Voçoroca Chitolina - foto de Rene Boulet

Voçoroca Chitolina

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Voçoroca Chitolina na propriedade homônima, vendo-se em primeiro plano, no canto direito, o rio Araguaia assoreado. Local acerca de 15 Km da nascente de dimensões alarmantes formada na cabeceira do rio Araguaia, na Fazenda Jacuba, em Mineiros, no Estado de Goiás.
A voçoroca soma mais de 90 grandes crateras no solo. A maior delas é conhecida como voçoroca chitolina e já levou cerca de 17 milhões de metros cúbicos de areia para o leito do Araguaia. A chitolina tem 2/5 quilômetros de extensão, por 70 metros de largura e 50 metros de profundidade.
Conforme explica o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Marco Gomes, as voçorocas que ameaçam o nascedouro do Araguaia foram provocadas pela agropecuária em solos inadequados, associada ao desmatamento crescente do Cerrado. O solo extremamente arenoso da região é facilmente carregado pelas chuvas. Sem a proteção do verde, escorre com a água que cavouca a terra e dá origem às erosões. Desmatamento e implantação de pastagens em terrenos inclinados e arenosos são as causas principais do surgimento daquelas voçorocas”, diz.

Voçoroca Chitolina - foto de Antonio Oliveira Loureiro
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Providências urgentes



Clique na imagem  para ler - efeito ligthbox
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Marco nascente

Placa nas proximidades da voçoroca, na Fazenda Jacuba, em que governos e órgãos ambientalistas firmam acordo para a preservação do meio ambiente no País e, que, a sociedade fica na expectativa de resultados concretos, há muitos esperados. Foto de: Adilson Lopes Garcia

Banco de Sementes para reflorestar as nascentes em Mineiros


Banco de sementes para reflorestamento(16.03.07) ARAGUAIA.NET - O projeto de instituição do banco de sementes do solo para recuperar a voçoroca Chitolina, está em fase de finalização. A fonte de sementes do banco será a Chuva de Sementes – técnica em que sementes são espalhadas por distintos processos de dispersão. Como também a plantação das mudas de gameleiras.

Raízes da gameleira
Raízes da Gameleira

Agência Ambiental controla voçorocas no Araguaia

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A principal voçoroca do Rio Araguaia, a Xitolina, que fica na Fazenda de Milton Michelis, vizinha do Parque Nacional das Emas, está totalmente controlada por força de trabalho realizado pela Agência Ambiental de Goiás. O local recebeu cerca de cinco mil mudas de espécies da região, mil delas de gameleira que produz grandes raízes e protege contra a ampliação da voçoroca. A área degradada atinge cerca de dois quilômetros, foi toda cercada, impedindo a entrada de gado. A fiscalização ambiental tem se intensificado no Estado de Goiás com o fortalecimento e a modernização da Agência Ambiental. Os fiscais estão aptos a fazer todos os tipos de procedimentos e também informar e orientar sobre os licenciamentos ambientais. O geoprocessamento de imagens permite tanto conferir o avanço de desmatamento do cerrado quanto as iniciativas de recuperação desse bioma. O reflorestamento da principal nascente é resultado de parceria entre a Agência Ambiental e o fazendeiro João Pedro Michelis, dono da Fazenda Olândia, onde fica a nascente. Além de replantar e cercar as principais nascentes do Araguaia, a Agência Ambiental está criando o chamado "Corredor Ecológico", que vai ligar o Parque Nacional das Emas às nascentes do rio, num percurso de 2 quilômetros. Apesar de ainda existirem voçorocas no rio, as mais importantes nascentes já estão protegidas e cercadas num raio de 100 metros e toda reflorestada numa área de 145 hectares.

Foi construído um murundum (espécie de alto 'muro' de terra batida que evita que as águas da chuva despencam para dentro da voçoroca, levando cada vez mais terra e provocando deslizamentos das encostas). No fundo, onde antes tinha apenas terra vermelha e parecia cenário de lua, hoje a vegetação já está voltando e dentro de poucos anos, a voçoroca vai simplesmente 'sumir de vista' (porém continuará existindo) dentro da cobertura vegetal.

Clique no texto abaixo e leia


..Realizado reflorestamento que liga Nascentes do Rio Araguaia com o Parque Nacional das Emas





Rio Araguaia
Rio Araguaia
Em quase toda a extensão de seu curso, apresenta, no período que vai de maio a outubro, praias de areias brancas e limpas, o que, aliado a uma fauna e flora bastante rica em espécies e volume, vem despertando a atenção do turista e dos amantes da natureza no mundo inteiro. A atividade da pesca amadora reforça o poder de atração de toda a região.
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Estação seca do Cerrado

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Paisagens da estação seca do Cerrado

Com voz de pássaros gravados no local onde havia mais verde com seus ninhos e frutos.

Gravação de Elma Carneiro em 2012
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A estação seca do Cerrado que vai de abril a setembro deixa uma paisagem impressionante de secura e a umidade do ar que em algumas regiões chega até a 10%. Mas, a impressão da paisagem com esqueletos de árvores desfolhadas que a princípio oferece uma visão devastadora, esconde a importância deste Bioma que abriga uma alta diversidade de espécies da fauna e da flora, sendo muitas destas endêmicas, ocorrendo apenas nestas regiões.
Além da importância biológica, o Cerrado é o berço de nascentes e rios, pertencentes às três maiores bacias da América do Sul: São Francisco, Amazonas (Tocantins-Araguaia) e Paraná.
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De abril a setembro é tempo de seca no Cerrado


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Na sua maior parte, o complexo vegetacional do Cerrado está localizado no Planalto Central do Brasil. Em termos fitofisionômicos, predominam as formações savânicas, que se caracterizam por um estrato arbóreo de densidade variável e um estrato arbustivo-herbáceo dominado por gramíneas. O clima é sazonal , com invernos secos e verões chuvosos. Os solos são geralmente profundos e bem drenados, com baixa disponibilidade de nutrientes e altas concentrações de alumínio e ferro. As queimadas são frequentes na estação seca, causando impactos importantes na estrutura e a composição florística da vegetação.

A vegetação do Cerrado é semidecidual, o que significa que parte das plantas perdem suas folhas durante a estação seca.


Árvores secas do Cerradão


É uma formação florestal com aspectos xeromórficas, caracterizado pela presença de espécies que ocorrem no Cerrado sentido restrito e também por espécies de mata.
Do ponto de vista fisionômico é uma floresta, mas floristicamente é mais similar a um Cerrado. Apresenta dossel predominantemente contínuo e cobertura arbórea que pode oscilar em torno dos 70%, com altura média do estrato arbóreo variando entre oito e quinze metros,propiciando condições de luminosidade que favorecem a formação de estratos arbustivo e herbáceo diferenciados, com espécies de epífitas reduzidas.



Adaptações das plantas do Cerrado que na imagem retrata o cerradão.

A existência de espécies com sistema radicular também implica que as raízes superficiais ficam envoltas em um solo seco durante a estação seca, enquanto as raízes mais profundas estão em contato com um solo úmido.
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No Cerrado as  árvores perdem suas folhas na estação da seca
O Cerrado abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal, formado por árvores baixas e retorcidas destacadas em meio a gramíneas recobrindo o topo das chapadas.

Algumas variedades permanecem verdes e ficam mais bonitas e frondosas nesta época do ano. São espécies mais resistentes que continuam inalteradas durante as duas estações cujas raízes também chegam a grandes profundidades devido ao seu sistema radicular ser bem mais extenso.

No auge da seca, a maioria das árvores já estão desfolhadas e basta um sinal de umidade no ar pela aproximação das chuvas que elas se cobrem de folhas com toda força vestindo de verde.

Porém, seus esqueletos sempre nos proporcionam uma visão maravilhosa e ao mesmo tempo melancólica de um pôr do sol em tonalidades que vão do laranja ao vermelho.

O vermelho e o laranja tornam-se muito mais vívidos no crepúsculo quando há poeira ou fumaça no ar, provocado por incêndios. Isso ocorre porque essas partículas maiores também provocam dispersão com a luz de comprimento de onda próximos, no caso o laranja e vermelho.

Normalmente no Cerrado, isso ocorre com maior intensidade em dias em que a umidade relativa do ar está baixa.

Pôr do sol  na estação seca do CerradoPôr do sol do Cerrado



Fotos: Elma Carneiro

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Cerradão fotografado nas duas estações: chuvosa e seca.  Veja a postagem clicando na imagem e confira as mesmas paisagens diferenciadas de acordo com a estação,&n nas cores verde e marrom.

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Árvores retorcidas do Cerrado

O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento.

As árvores do Cerrado levaram milhões de anos para se adaptar  ao clima, inclusive ao fogo. Hoje elas são mais resistentes.


A partir desse esboço, e do pensamento de Darwin como um todo, ciências como a genética puderam se desenvolver a fim de elucidar o que o biólogo britânico Richard Dawkins chama de “O Maior Espetáculo da Terra"

 
Teoria da Evolução desenvolvida por Charles Darwin revolucionou a Biologia. Esboço criado pelo próprio naturalista data de 1837. Imagem: Museum of Natural History de Manhattan.

"Não sobrevive a espécie mais forte, mas a que se adapta a mudança." Charles Darwin

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A origem do Cerrado

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Origem e Evolução das Plantas

Os primeiros seres vivos da Terra surgiram no oceano. Com o passar do tempo, apareceram espécies animais que se adaptaram à vida em outros meios, como a terra e o ar. As plantas seguiram um caminho semelhante. As primeiras formas de vida vegetal, as algas, também vieram da água. Depois destas surgiram vegetais como os musgos - aqueles tapetes verdes que se formam no cimento, na pedra ou na parede depois de um período de chuvas. Apesar de viverem em ambiente terrestre, os musgos precisam de locais úmidos e com pouco sol.
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A rica biodiversidade do  bioma Cerrado pode ter se originado de incêndios naturais ocorridos dez milhões de anos atrás.

Foto de Marcelo Simon/Embrapa
A origem do Cerrado coincidiu com a maior vulnerabilidade da região a incêndios naturais e por meio de análises genéticas, foi possível investigar a evolução das adaptações das plantas do cerrado ao fogo
O fogo teve papel importante na formação da flora do cerrado brasileiro. Essa é a conclusão de um estudo publicado esta semana na PNAS por uma equipe internacional de pesquisadores, que conta com a participação de brasileiros da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A pesquisa indica que os incêndios naturais são um dos motivos que fizeram do cerrado a savana tropical com maior biodiversidade do mundo.

Plantas com mais chances de sobrevivência


A hipótese levantada pelos autores do trabalho é que a origem desse bioma coincidiu com o avanço de gramíneas sobre a região, causado por mudanças climáticas ocorridas dez milhões de anos atrás e responsáveis também pela expansão da savana em outros lugares do mundo. Por serem muito inflamáveis, as gramíneas deixaram o local do futuro cerrado vulnerável a incêndios.
Devido às novas condições climáticas, as plantas mais adaptadas a ambientes secos e mais resistentes ao fogo tiveram mais chances de sobreviver na região. Aparentemente, esse ajuste não foi difícil, já que o surgimento do Cerrado foi relativamente rápido se comparado ao de outros biomas.
As características adaptadas ao fogo presentes nas plantas dos grupos estudados – como casca espessa e raízes profundas e grossas – levaram os cientistas a concluir que os incêndios naturais ocorridos no cerrado são talvez os ingredientes decisivos que culminaram com a riqueza de espécies do bioma. Essa conclusão se junta a outras evidências científicas que apontam a importância de fenômenos específicos em uma dada região para a formação de biomas com grande biodiversidade
A vegetação do Cerrado é influenciada pelas características do solo e do clima, bem como pela frequência de incêndios. Ciência hoje

O formato tortuoso das árvores do Cerrado se deve à ocorrência de incêndios. Após a passagem do fogo, as folhas e gemas (aglomerados de células que dão origem a novos galhos) sofrem necrose e morrem. As gemas que ficam nas extremidades dos galhos são substituídas por gemas internas, que nascem em outros locais, quebrando a linearidade do crescimento. Quando a frequência de incêndios é muito elevada, a parte aérea (galhos e folhas) do vegetal pode não se desenvolver e ele se torna uma planta anã. Pode-se dizer, então, que a combinação da sazonalidade, deficiência nutricional dos solos e ocorrência de incêndios determina as características da vegetação do cerrado.  André Stella e Isabel Figueiredo
 Programa de Pequenos Projetos Ecossociais,
 Instituto Sociedade, População e Natureza.

Os troncos tortos podem também ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos, pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa.
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Sou esse tronco retorcido, 
de casca grossa, 
chamado corpo. 
Arbusto silvestre, 
jacarandá-do-cerrado, 
planta nativa, 
mata cativa,
 viajante alado. 

Moisés Augusto Gonçalves



Clique nas imagens para redimensionar A primeira imagem é de um lindo pequizeiro em flor.


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O meu Cerrado 



 Teus troncos tortuosos são a imagem 
 Da árida luta travada, oh vegetação!
 Nos tons beges da tua linda paisagem 
 Tens frutos, tens rosas, tens perfeição. 
 Se teus ventos sopram seca estiagem 
 Tuas nascentes matam a sede do chão 
Tua fauna assovia o canto selvagem 
 De pássaros que voam no seio da nação. 

 Deixa tua flora vestir-me, cerrado 
 Com teu manto de folhas ressequidas 
 Na noite do belo céu azul estrelado. 
 Quero apreciar tua beleza esquecida 
 Na casca grossa do tronco entortado 
 Que se retorce pela batalha da vida.  



Yuri Rodrigues Braz 
Poeta do Cerrado goiano

Fotógrafos identificados: João Guato -Humberto Russo - José Olegário - Cerrado Vivo